terça-feira, 31 de julho de 2007

Aforismo-rei

Ignorância é felicidade.

Até nunca mais

Há cerca de três meses que não toco no botão ON da TV, não ouço noticiários, não abro o jornal, não leio revista - só a PIAUÍ, que não é revista e sim um tablóide - não sei do trânsito, da atmosfera, do câmbio, da bolsa...ou seja, sou uma pessoa mais feliz.

SEM ASSUNTO

É porque não há nada pior do que a repetição incessante da frase: QUE FRIO!! Incomoda o fato de algo que invade arbitrariamente sua vida, com vontade própria e não permite que você pense em outra coisa senão no fato dele existir e deixar qualquer pensamento impossibilitado, travado, duro que só meus pés para explicarem melhor.
Frio, só de vez em quando para gente poder desfrutar de uma certa elegância. Tirando aquela moda horrível de blusas de feltro estampadas tipo aquarela, quando uma cor invade a outra, alguém tem lembrança?

Quer saber, eu quero é mais... quero mais é que...

sábado, 14 de julho de 2007

Ensaios

Cheguei até à porta, mas tive medo de entrar. Fiquei bem paradinha olhando de lado, querendo e não querendo ver o que se passava ali por dentro até que tornou-se completamente irresistível colocar-me.
Já exposta aos desatinos de uma cama de gato bem armada, fios pouco resistentes esperando um leve resvalar de mãos desatentas para arrebentar-se numa onda infinda de despropósitos, a experiência de viver na corda bamba foi finalmente bem vinda e, enfim, consegui manter-me de pé.
Já não era sem tempo, imaginei que este dia não chegaria de modo que eu pudesse olhar para trás e dizer a mim mesma que tudo não passou de provocações, uma grande cena armada pelo sacana-mór dono disso tudo.
Agora acredito ainda mais no poder das bruxas que não me deixam mentir: ninguém tirará isso de mim, de você, de nós duas. Foi o que me disseram na esquina de hoje cedo naquele olhar perdido que quase deu de cara com o muro escrito à mão: viva antes que alguém faça isso por você.
Deixei que entrasse por um ouvido e do outro lado já era presente, nem liguei ou fiz cerimônia. Só espero agora a manutenção do desejo de estar junto, esse fantasma que vem rondando cavernoso meus sonhos mais acordados. Se sim ou se não, cinqüenta por cento de chance de que tudo dê errado, daí é só cair no chão e restajar. As cobras também amam?
Largaria tudo se não fosse difícil desatar os nós com uma única mão, sem dedos suficientes para orientar o fio caminho de volta ao estado retilíneo de paz. Iremos, ao invés disso, comemorar cada sol que nasce e tráz um bom dia de voz rouca e feliz. A sua. Num abraço preguiçoso, sem forças porque nem precisa buscar o que já estou ali jogada por sobre seu colo.
Vamos assim que ao pé da página haverá uma seta indicando a direção do olhar que dirá ao coração que dirá à cabeça que dirá ao corpo que dirá onde quem dirá quando.