quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Pensonhando

Pensei em escrever um livro de sonhos, mas a incapacidade de lembrar-me deles assim que acordo é altamente desmotivadora.

Pensei em falar com sinceridade sobre os acontecimentos que me circundam, mas queria falar sobre coisas boas só para variar.

Pensei em ver esses mesmos acontecimentos de forma diferente, mas por que eu é quem tem que fazer concessões?

Descartável

Desdizer não desculpa a desgraça desferida.

Subterfúgios Corporativos

O grande segredo é rir e/ou ignorar ao invés de partir para o ato, para o ato de querer estrangular os queridos colegas de trabalho e/ou seu superior imediato.
Então, quando o folgado que fica embromando sem sequer disfarçar começar a te olhar feio porque chegou a sua vez de fazer o mesmo, ao invés de querer cravar a caneta em sua testa, sorria e, se possível, abane um tchauzinho serelepe.
Então, quando o folgado do seu chefe estiver de fofoquinha com o chefe dele assistindo à você se fuder de tanto trabalhar e daí resolver vir te dar uma "orientação" que já começa com um "não é assim que se faz, é assado", olhe diretamente em seus olhos e, ao invés de transferir-lhe um merecido murro no meio da boca, diga-lhe: hã-ham, está bem e, como sempre, sorria.

sábado, 8 de dezembro de 2007

perdida numa noite suja

não sei se todos viram o filme "dois perdidos numa noite suja", de qualquer maneira recomendo. fiquei impressionada com a atuação de débora falabela e daquele ator calvo, ruivo, que manda super bem no cinema e nem sempre é valorizado nas novelas e cujo nome não me recordo agora.
o filme tem um jeitão de peça teatral com uma sucessão de diálogos fortíssimos, diversos tapas na cara como só mesmo plínio marcos poderia ter escrito.
são muitos os temas apresentados, concentrados em dois personagens que ora são opressores, ora oprimidos, vítimas e bandidos, espertalhões e inocentes, enfim, sonhadores mergulhados no caldo verde e obscuro da realidade.
a trilha conta com as ótimas composições de arnaldo antunes que dispensa comentários.
é isso, fotografia, figurino, cenário, tudo vale a pena nesta boa surpresa que tive numa dessas madrugadas insones.

reviravolta

Ficou esse nome independente da situação atual de ser/estar: de dentro do armário, esse ar de esconderijo porque aqui é onde o verbo se conjuga no tempo ácido e melancólico desses dias.
Ficou pela forçosa vontade de escrever sobre a desconfiança do que as entrelinhas estreitas estão a segredar, mas que só para contrariar ou mesmo para evitar o câncer devem, ao meu ver, isto é, à luz dos meus olhos, ser traduzidas e publicadas. E não estou nem aí se há intepretações diferentes assim como não há expectativa de que algo se torne realmente diferente só porque resolvi parar por um minuto e refletir.
Aliás, já faz algum tempo, acredito que a razão é a desculpa mais patética que o ser humano inventou para as grandes bobagens que quer cometer e tem vergonha de assumir como tal.
Ética, estética, moda, etiqueta, toda uma sorte de conceitos para justificar o que o bom senso não é capaz de fazer por si mesmo porque, na verdade, ele sequer existe. O que há é o que o eu quer ver e nada mais. Tudo é eu e pronto e se eu quiser assim vai ser e se houver poder melhor para quem o tem...ha-ha-ha-ha-ha.

na atividade...

Tudo bem, demorei, mas já tô aqui...agora pronto.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Aforismo-rei

Ignorância é felicidade.

Até nunca mais

Há cerca de três meses que não toco no botão ON da TV, não ouço noticiários, não abro o jornal, não leio revista - só a PIAUÍ, que não é revista e sim um tablóide - não sei do trânsito, da atmosfera, do câmbio, da bolsa...ou seja, sou uma pessoa mais feliz.

SEM ASSUNTO

É porque não há nada pior do que a repetição incessante da frase: QUE FRIO!! Incomoda o fato de algo que invade arbitrariamente sua vida, com vontade própria e não permite que você pense em outra coisa senão no fato dele existir e deixar qualquer pensamento impossibilitado, travado, duro que só meus pés para explicarem melhor.
Frio, só de vez em quando para gente poder desfrutar de uma certa elegância. Tirando aquela moda horrível de blusas de feltro estampadas tipo aquarela, quando uma cor invade a outra, alguém tem lembrança?

Quer saber, eu quero é mais... quero mais é que...

sábado, 14 de julho de 2007

Ensaios

Cheguei até à porta, mas tive medo de entrar. Fiquei bem paradinha olhando de lado, querendo e não querendo ver o que se passava ali por dentro até que tornou-se completamente irresistível colocar-me.
Já exposta aos desatinos de uma cama de gato bem armada, fios pouco resistentes esperando um leve resvalar de mãos desatentas para arrebentar-se numa onda infinda de despropósitos, a experiência de viver na corda bamba foi finalmente bem vinda e, enfim, consegui manter-me de pé.
Já não era sem tempo, imaginei que este dia não chegaria de modo que eu pudesse olhar para trás e dizer a mim mesma que tudo não passou de provocações, uma grande cena armada pelo sacana-mór dono disso tudo.
Agora acredito ainda mais no poder das bruxas que não me deixam mentir: ninguém tirará isso de mim, de você, de nós duas. Foi o que me disseram na esquina de hoje cedo naquele olhar perdido que quase deu de cara com o muro escrito à mão: viva antes que alguém faça isso por você.
Deixei que entrasse por um ouvido e do outro lado já era presente, nem liguei ou fiz cerimônia. Só espero agora a manutenção do desejo de estar junto, esse fantasma que vem rondando cavernoso meus sonhos mais acordados. Se sim ou se não, cinqüenta por cento de chance de que tudo dê errado, daí é só cair no chão e restajar. As cobras também amam?
Largaria tudo se não fosse difícil desatar os nós com uma única mão, sem dedos suficientes para orientar o fio caminho de volta ao estado retilíneo de paz. Iremos, ao invés disso, comemorar cada sol que nasce e tráz um bom dia de voz rouca e feliz. A sua. Num abraço preguiçoso, sem forças porque nem precisa buscar o que já estou ali jogada por sobre seu colo.
Vamos assim que ao pé da página haverá uma seta indicando a direção do olhar que dirá ao coração que dirá à cabeça que dirá ao corpo que dirá onde quem dirá quando.

domingo, 17 de junho de 2007

And so it is

É isto mesmo, eu já sabia. Como se já tivesse sido escrita, a história se repete. É madrugada, calma e escura como lindamente se mostra e só é possível porque amanhã é domingo.
É uma questão de tempo, apenas. Efêmero e por isso mesmo valioso. Relativo e por isso mesmo confuso. Perde-se muito em querer que ele pare. O desejo não é de tempo, mas de poder fazer alguma coisa dele. Talvez eu deva me repetir para ver se (re)aprendo minhas palavras e, assim, retome o que deva ser retomado de um ponto diferente:

" ...as horas se esvaem, gota a gota, como uma torneira mal fechada pela mão desatenta que, descuidada, desperdiça incontáveis e preciosos instantes.
E há quem passe por ela e ignore essa perda irreparável, pois assim como a água é um fenômeno finito e para cada gota que dela desperdiçamos não há volta, a vida, instante a instante se faz passageira. Mas não em vão, pois a cada gota nos pergunta: e agora? E a escolha é toda nossa.
Cada instante de vida resumi-se a ser o que é, buscando o futuro para ser presente e, humildemente, torna-se passado para dar lugar a um novo instante.
E o que lhe dá um colorido é que em meio a esta efêmera passagem cabem sonhos de qualquer tamanho."

Uma vez eu disse isso e talvez ainda acredite que assim possa ser. Na verdade, estou fazendo exatamente isto. Em meio a esta estada efêmera coube um sonho que não tem tamanho.

terça-feira, 12 de junho de 2007

De Frente

Para não passar em branco essa semana do Orgulho Gay e embuida deste mesmo sentimento deixo aqui umas palavras a essas mulheres maravilhosas que são parte de uma parte muito especial da minha vida:


Se quiser tentar
Descobrir quem eu sou
Passe lentamente sua lente
Pela luz dos meus olhos
Que é de frente
Que você vai me entender

Mas se for tentar
Resistir à tentação
Desviar do meu raio de visão
Feche os olhos
E no sonho vou estar

E se ao fim tentar
Confirmar a impressão
Não é fácil dizer
O que está pra nascer
E o que está pra morrer
Ao se entregar
A um olhar
De mulher

De Frente

sábado, 2 de junho de 2007

Luz de Inverno

É sábado de inverno em São Paulo, estou de meia furada e chinelos e ouvindo blues. O que isso pode querer dizer? É mais uma história lamentável que se anuncia. A queda, para aqueles que já passaram por essa experiência morfética de não querer nada mais do que o fim dos tempos.
Qualquer prenúncio de um triste relato somaria-se apenas ao fato de ser essa minha vida um ciclo patético de acontecimentos escalafobéticos e lastimáveis. Ridículos, por assim dizer. Quando muito, risíveis.
Uma TPM sem fim exacerbando o que quero esconder dentro de mim, mas que se esvai e grosseiramente se mostra, como uma mancha na cadeira de uma sala de espera. Que droga!
Não é questão de sorte ou azar, é o acaso com um toque sarcástico. Mais um verbete para a enciclopédia interminável de Murphy.
O pior não é o fato, é a repetição. O doentil é quase sempre caracterizado pela repetição, pela insistência em algo sabidamente errado e/ou perigoso e/ou maléfico.

Mas vou me sair com essa:

- Cometa os mesmos erros somente se achar que agora vai acertar...

Toma-lá-dá-cá !!

Só para contrariar algumas críticas feitas em blog alheio, vou postar uma de minhas poesias que, assim que for publicada em livro juntamente com o restante de minha vasta obra, mudará completamente os conceitos até aqui desenvolvidos na literatura universal. É com muita humildade que lhes presenteio com esta obra prima de minha autoria:


Devo? - Não!!!
Nego...
Pago?
Quando?
Puder(a).

Quando puder
Nego.
Não devo,
Pago!

Devo não, nêgo!
Pago quando Pu der.

Dveo.
Não ngeo.
Pgao qnaduo pduer.

E assim sendo,
Só resta o prejuízo.

Dado a complexidade do pensamento apresentado, seguem instruções de como ler devidamente este épico neoclássico. Podem considerar como uma prévia do que será dito pelos meus admiradores e influenciadores da massa.
Bem, talvez deva começar esclarecendo que qualquer tentativa de entitular este poema seria um fracasso, pois uma idéia tão complexa não pode ser registrada em uma ou duas palavras. A ausência de métrica se dá pelo mesmo motivo.
A primeira estrofe, livremente inspirada em Shakespeare, deve ser lida em tom de "Ser ou não ser...". Uma auto-análise trágica.
Já a segunda tráz em si a contradição dos nossos tempos, onde o acesso restrito aos bens de consumo faz com que aqueles que nada têm queiram sem poder.
A terceira regionaliza a questão para o Estado da Bahia, querendo apenas demonstrar tratar-se de um fato inerente à realidade de todo o país.
Em seguida, o clímax, quando o mais do mesmo ganha um sentido completamente diverso, permitindo, desse modo, o grande fechamento com uma frase que traz o cerne da angústia pós-moderna e sem solução.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

ATENÇÃO!!!! ATENÇÃO!!!!

MANIFESTEM-SE CONTRA ESTE DESPAUTÉRIO !!!!!!!!!!!!!

O Senador Marcelo Crivela, pastor e politico, está prestes a aprovar no Senado Federal uma emenda à Lei Rouanet que permite a construção, reforma de templos religiosos e pagamento de "pastores" com renúncia fiscal, passando a disputar verbas com a cultura. Quem for contra e quiser se manifestar, assine a petição no site abaixo. Vamos lutar para manter as poucas verbas para as artes e a cultura brasileira contra a sanha por dinheiro de alguns "pastores". E repasse a informação a seus amigos gerando uma corrente na qual preservaremos a cultura e as artes no Brasil.

http://www.petitiononline.com/cult2007/petition.html

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Dieta Super Saudável

Para aquelas pessoas que já não sabem mais o que fazer para emagrecer, vão lá algumas manobras para tanter baixar o ponteiro da balança:

- Troque o prato por um pires;

- Troque os talheres por pauzinhos;

- Troque sólidos por líquidos;

- Troque o dia pela noite;

- Troque a maconha por cocaína;

- Troque a região sul pelo nordeste

E se nada disso funcionar:

- Troque o Brasil pela Somália.

domingo, 13 de maio de 2007

Só umas palavrinhas

Ninguém lê este blog mesmo... desculpe os que lêem...

Então, estou me sentindo uma looser hoje e já faz um tempo... reticências vêem sempre a calhar... gosto delas, substituem as merdas que a gente quer dizer e não diz por educação...
Tô nem aí, ou melhor, já me cansei de me preocupar... quero mais é que tudo se exploda mesmo... afinal que diferença faz...já que nem nessa cidade enorme parece que nada acontece, dá tudo errado, que bosta...
Fran, tô precisando de uns goles de realidade, tô precisando bater um papo com o Sr. K., tô...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Conheci na VIRADA

OUÇAM ESSA PÉROLA DO LÍNGUA DE TRAPO E CANTEM JUNTO... EVERYBODY TOGETHER NOW!

E daí?

Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!
Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!

Meu imposto está em dia
Não devo nada na padaria
A minha vida não me desaponta
Sou viado mas não é da tua conta

Oscar wilde pelo que sei
Era também um tremendo gay
Porque a mim ninguém atura
Viado também é cultura

Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!
Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!

É estranho esse nosso mundo
Nele pode ter vagabundo
Mas você é considerado praga
Se disser que é um bunda vaga

Não agüento mais hipocrisia
Só se fala em ecologia
Mas ninguém lembra de uma questão
Viado está em extinção

Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!
Sou viado sim, e daí?
Sou viado, sim, é isso aí!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ai, ai...

"Estou eu aqui acompanhada das minhas duas drogas preferidas: café e internet - essa última a mais recente - pensando nessa vida que a gente leva. Será que pode acontecer algo pior do que o que já vem acontecendo?... Sei lá, porque...se a gente parar um pouco e usar a razão, há pessoas vivendo em situações totalmente degradantes por aí, na maior amargura. Isso é muito feio, não devíamos deixar que fosse assim. Poderíamos ser mais solidários e fazer jus a esse sentimento que nos dá tanto orgulho: sermos humanos. Engraçado, pois também há outra faceta tanto pior que essa da qual compartilhamos e que mostra como somos raposas, como invertemos valores para dizer o que é mais "adequado".
Vivemos sobre um grande palco onde uns se acham mais iguais do que os outros, e os primeiros tentam convercer "a minoria", ou seja, os outros, de que aquilo que eles são é algo até "compreensível", mas você não precisa se expor. Sim, tudo bem não se expor, alguns preferem assim e está tudo bem, mas o que começa de forma aparentemente inocente e simples acaba virando uma bola de neve e passa a ser desejável que os outros sejam o que são apenas entre quatro paredes; daí está-se a um passo da imposição.
Vocês notam a perversidade desse tipo de pensamento? De como ele mantém as relações numa atmosfera um tanto hipócrita? Pois, aos poucos, esse discurso de que pode-se escolher "preservar-se" de expor o que a maioria acha incomum passa a ser o discurso de "não seja você mesmo porque isso me incomoda; seja você mesmo, mas lá onde a minha vista não alcança". Agora, será que a minoria deve se contentar em ser o que a maioria espera que ela seja? Deve contentar-se com esta posição para manter a ordem e o progresso da civilização?
Sobre que bases estamos contruindo nossa civilização? Estaria este conceito baseado naquilo que imaginamos como senso de civilidade?
Precisamos retomar a educação moral e cívica nos currículos escolares ou ao menos devíamos dar melhores exemplos àqueles que serão o futuro da humanidade: nossos filhos, sobrinhos, netos, enfim, nosso próximo. Alguém discorda disso? Alguém discorda que teríamos menores índices de violência se passássemos a dizer mais "bom dia", "por favor" e "obrigado"? Essas coisas simples que a gente "deixa passar".
Fala-se aos quatro ventos que precisamos melhorar a educação para melhorar nossa condição de vida e de oportunidades, porém joga-se toda a responsabilidade no governo, na falta de infra-estrutura; e que tal começarmos a praticar a boa educação nós mesmos, em nossas relações?
Pergunto-me: vivemos ou não numa democracia? Na minha opinião: estamos atolados num estado democrático de direito, mas o direito da maioria. E na maioria dos lugares funciona justamente assim.
Alguém já ouviu falar que toda maioria é burra? Eu não acho que isto seja certo, mas em alguns casos é potencialmente prejudicial, porque, por mais que devamos considerar o que a maioria defende e isso ser uma questão de respeito, devemos também pensar que outros estão sendo suprimidos dos seus direitos. E isso também não deveria ser respeitado? Não estamos esquecendo que uma maioria é, ainda assim, contituída de indivíduos?
Não dá para agradar a maioria, mas será aceitável sentir-se mal por estar sendo o que se é, ainda mais quando não se está causando um dano. Há tantos comportamentos imorais e anti-éticos com os quais convive-se todo o tempo, estão diariamente estampados nos jornais e sendo praticados no ambiente de trabalho e nos lares, e aceita-se como "fazendo parte do jogo e se não estiver satisfeito parta pra outra"; ou, na pior das hipóteses, nem mesmo pensa-se a respeito. Há tantas formas de discriminação e desrespeito sendo praticadas em plena luz do dia, causando males realmente significativos e das mais variadas ordens e, simplesmente, não fazemos nada.
De forma simplista, mas não inverídica, meio a la Shakespear, não estamos fazendo muito barulho por nada? Só porque não praticamos o exercício de nos colocar no lugar do outro ou, no mínimo, não fazermos aos outros aquilo que não queremos que façam conosco?
Apenas me coloquei essas perguntas, assim, muito rapidamente enquanto a vida se esvaia, segundo após segundo... Se fizéssemos o mínimo, já seria muito...".

************************************************

Desculpe, Sr. Bento XVI, mas Darwin chegou ao Brasil antes de você.

domingo, 29 de abril de 2007

Elucubrações

Dúvidas. Perguntas sem respostas. Desesperança. Incredulidade. Ceticismo.
Um pequeno roteiro das sensações que me acompanham todos os dias. Acordo me perguntando se vale a pena sair da cama. Sem resposta e contas para pagar. Mas para quê me preocupar se os dias se tornam cada vez mais iguais: um "bom dia" por educação, falar para ouvidos surdos e caras de paisagem, falta de respeito com o próximo, com o meio-ambiente e, não raro, ser subestimada em minha parca inteligência, pois, afinal, quem sou eu mesmo?

Aí tem sempre alguém de opinião formada, seguro de si, cheio de auto-estima e as mesmas contas para pagar, com seu discurso equilibrado e humanista para te condenar pelo seu pessimismo irracional; afinal, apesar de estar tudo um lixo a gente tem mais que correr atrás e ser comprensível com a miséria alheia. Para mim, isso tá mais para comercial de margarina onde o dia está sempre ensolarado e a empregada adora preparar o seu lanchinho favorito. Bem realista, não é? Não é isso o que todo o mundo quer? Ah, então, nem sou tão diferente assim do restante da humanidade...ufa!É o fio que me prende à neurose e não me deixa cair no poço disforme da psicose.

E se eu fosse suficientemente criativa e talentosa e usasse isso para criar uma grande obra-prima que ultrapassaria séculos influenciando os grandes intelectuais, talvez assim eu pudesse ser mais útil. Mas menos que isso é considerado uma grande perda de tempo.

Mais razões para parar do que para continuar. Que fiquem registradas as entrelinhas.

I started a joke

I started a joke
which started the whole world crying
Oh but I didn't see
that the joke was on me oh no

And I started to cry
which started the whole world laughing
Oh If I'd only seen
that the joke was on me

And I looked at the skies
running my hands over my eyes
And I fell out of bed
cursing my head for things that I've said

'Till I finally died
which started the whole world living
Oh If I'd only seen
that the joke was on me


Eu Comecei Uma Piada

Eu comecei uma piada
que fez o mundo inteiro começar a chorar.
Mas eu não percebi
que a piada era comigo, oh não...

E eu comecei a chorar
o que fez o mundo inteiro começar a rir.
Se eu pelo menos tivesse percebido
que a piada era comigo...

E eu olhei para os céus,
passando as mãos sobre meus olhos.
E eu caí da cama,
amaldiçoando minha cabeça pelas coisas que disse.

Até que eu finalmente morri,
o que fez o mundo inteiro começar a viver.
Se eu apenas tivesse percebido
que a piada era comigo...

(W)inocência

Fiquei um tanto surpresa com os novos recursos do Windows, no caso o XP Professional. O mais interessante foi o detector de cópias não-licenciadas ou, em bom português, piratas e a inocente frase de alerta: "Você pode ter sido vítima de falsificação". Fiquei chocada. Como assim... eu não contribuí para amentar os zeros nas contas bilionárias do Bill Gates? Tadinho...

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Subterfúgios Corporativos

retomando a saga...

Alguns bestsellers que talvez farão sucesso entre os trabalhadores de todo o mundo (...isso se a emenda três permitir...):

- O cliente tem sempre razão? Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe

- Local de trabalho, lugar de farra e algo em comum

- Passo a passo rumo à Gerência*
Vol. 1 - QI e QE - Quem indica é quem emprega
Vol. 2 - Dois gerentes não ocupam o mesmo lugar no espaço: elimine o seu.
Vol. 3 - Motivando a equipe: um caminho para (você) trabalhar menos
* Cada volume dá direito a um cupom. Junte três + R$ 12,90 e ganhe o Vol. 4 - 1001 frases de efeito para colar nas paredes

- Aprenda com os grandes: 1001 piadinhas para momentos de crise

- Almanaque Corporativo - Edição Ilustrada
No nº 1 desta semana -> Caras de Paisagem, uma para cada ocasião. E mais: confira as dicas imperdíveis de como usar o SISTEMA ao seu favor. Só para dar um gostinho, lá vai...
- Sr., seu contrato não stá pronto por falha no SISTEMA
- Chefe, não pude entregar o relatório por falha no SISTEMA
- Amor, o SISTEMA estava lento, por isso tô chegando tarde

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Milagre...Puta que o pariu!!!

Quando todas as esperanças estavam se acabando e nada mais parecia acontecer, eis que ressurge esta que vos escreve!!!
Sim, pessoas, estou mais conectada do qu nnca e pareço criança com um brinquedinho novo...ah, que demais, ou, parafraseando "E o vento levou...": Nunca mais ficarei off-line novamente!!
Exageros a parte e uma acentuada vontade de passar o resto da noite vendo todas as inutilidades maravilhosas que a internet proporciona, passei apenas pra deixar esse recado:

- PUTA QUE O PARIU!!

Estou feliz e ninguém vai tirar isso de mim, nem mesmo a lembrança de que amanhã tenho que chegar mais cedo no trampo...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

O que me resta

Muito interessante o site !OkCupid! sugerido no Tropeçoína. Testei o "Gaydar" e tive 80% de acertos, com melhor desempenho em identificar as bibas do que as lésbicas. Não é a toa que não pego ninguém a tempos!
Lá também fiz o "Death Test", meio longo, mas tinha que ser já que pretende indicar uma data provável da morte dos testandos. O resultado foi:

According to our research, you'll be dead by July 2059 at age 79.

- probable cause -

CANCER

YOU DIE: 79.4 years

AVERAGE FEMALE LIFE SPAN: 77.1 years

As you can plainly see, you have more health & vitality than the average woman. (boa notícia, hein?)

WHY YOU DIE?
56% cancer
24% car accident
13% overdose (interessante...)
5% drowning of the lungs (alguma coisa nos pulmões...)
2% wounds (feridas?!genérico)

You have 19182.7 days left on this earth.
You've already lived 34% of your life.

Tudo dentro do planejado. Embora não haja nenhum caso de câncer na minha família... ainda mais no cérebro como sugere a figura acima. Mas é só o que se pode esperar de um poço de obsessividade como eu! Nenhuma novidade.
Do jeito que eu sou, provavelmente quando descobrir que tenho um câncer, vou me entupir de drogas, pegar um carro e desmair no volante caindo de uma ribanceira, bem ao estilo hollywoodiano. Ah, daí entram as feridas, sacou?! E é claro, não vai restar muito dos meus pulmões.
Segue um comentário que deixei ao Mirafuegos. Leiam a sua sugestão de leitura:

Tenho vivido, ou melhor, queimado neurônios com essa coisa de globalização que já não vejo com bons olhos. Mas ao mesmo tempo a união de fronteiras, como a Comunidade Européia, parece interessante, ainda mais com a perspectiva (li sobre no jornal ou ouvi na CBN) da quebra de barreiras facilitar o deslocamento, passando a ser mais comum o viver em outras culturas, realizando diferentes trabalhos por algum tempo em diferentes países, unindo essa idéia ao fato de termos uma maior expectativa de vida e poder diversificar esta vivência na tentativa de torná-la menos monótona do que já é...
Mas nada disso importa se todo e o pior peso destas tranformações não recaísse sempre sobre os mais fracos, lei do capitalismo que é ignorada já que quem se beneficia dele passa a ignorar este detalhe que acaba se tornando pequeno e facilmente contornável com um pouquinho de assitencialismo e o exercício mental de compaixão, essa coisinha bem cristã, que também não leva a nada, só a uma auto-limpeza de espírito, igualmente possível após rezar duas ave-marias e um pai nosso.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Subterfúgios Corporativos

Mais um bom exemplo de como aliviar as tensões no ambiente de trabalho.
Você que já tem um tempo de casa e captou o clima dos seus companheiros de setor, parta para o corpo a corpo (no melhor dos sentidos, é claro) e faça uma pesquisa de campo para saber o que eles pensam sobre o seu superior.
É praticamente certo que 99,9% deles acharão o mesmo que você: o chefe é sim um mala folgado e explorador, ainda que de vez em quando ele tente ser seu amigo. Aliás, quando ele tenta isso é porque precisa de algum favor.
Então, junte-se aos colegas de trabalho e pratique o esporte preferido nas corporações: falar mal do chefe. Descarregue seus sentimentos mais profundos e encoraje seus amigos a fazerem o mesmo; evite, desta forma, acumular energias negativas que poderão se tornar um câncer dentro de você. Nossa!

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Coisas...

Ontem assinei o Netmovies e hoje recebo o primeiro filme: Dogville. É, ainda não assisti e espero ter uma boa surpresa, pois não sei do que se trata apesar de já ter ouvido que é bom e tudo o mais.
O que não quero e ter nenhuma surpresa com o serviço que, ao meu ver, é revolucionário em matéria de locação de filmes. Está um absurdo uma locação por aqui, R$5 um DVD. Sim, há opções mais baratas, mas naqueles pulgueiros e com aqueles títulos. É muita cara de pau exibir na prateleira de lançamentos coisas do tipo "Quero ficar com Polly", ou então, quando pergunto: "Quais filmes do David Lynch vocês têm?" e ver o balconista torcer o nariz querendo dizer "do que você está falando?". Triste!
Na ótima locadora perto de casa tem quase tudo, e quando pergunto sobre Twin Peaks, a gracinha da senhorinha que me atende já completa - Lynch, deixa eu ver se está locado? Mas é claro que isto tem um preço, exatamente R$5 por DVD, lançamento ou não! Fora o compromisso que muitas vezes se tornar uma missão impossível que é ter que devolver no prazo!
Se tudo der certo, pretendo estender o prazo da assinatura deste serviço. Agora só falta um gravador de DVD pra começar a montar a minha filmoteca particular...he-he-he

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Subterfúgios Corporativos

Uma colaboração ilustre para esta série, diretamente da diretoria da minha repartição, para este que é um dos maiores, senão o maior dilema de todos os trabalhadores do mundo: como tirar um cochilo e ainda ser respeitado nesse seu momento solene!
Lá vai: sentado, aí mesmo na sua mesa, apóie a cabeça levando as mãos abertas à testa, na altura das têmporas. Encaixe bem a coluna no quadril para não ficar dando trancos e relaxe... Ainda que entorpecido(não é pra morrer e sim pra relaxar!), você será capaz de notar qualquer aproximação ou chamado. Não se assuste! Antes de levantar a cabeça, faça o sinal da cruz e só então se dirija à pessoa, - Pois não?
Não há nenhuma necessidade de se explicar e a pessoa ficará ou assustada ou tão penalisada com o seu gesto, que nem perguntará nada!

Uh-huuu!

E já tucanaram o subterfúgio. Segundo uma amiga, estamos aqui tratando, nada mais, nada menos do que de "Estratégias de defesa individual ou coletiva", conceito criado por Dejours. É mole... é mole mais sobe! E viva o Zé Simão!

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Subterfúgios Corporativos

Pretendo com este post iniciar uma série - que pode se mostrar infindável - para revelar os pequenos e grandes truques de como tirar o corpo fora nos difíceis momentos vividos em nossas longas jornadas de trabalho.
É fato que passamos uma considerável parte de nossas vidas envolvidos com questões de trabalho e também é fato, não se pode negar, que estamos mais é querendo que tudo se exploda. Por isso mesmo, sempre que possível e até como mecanismo de defesa, damos nosso jeitinho para aliviar a pressão de certas inconveniências que permeiam o cotidiano laboral e, assim, todos saírem ganhando: seu chefe, satisfeito com seu desempenho; seu cliente, com o seu empenho; seu fornecedor, com sua fidelidade; e você, é claro, a salvo de qualquer crise de consciência, afinal, você, igual a todos, só estava pensando no seu próprio bem.
Para tanto, conto com a participação daqueles que por aqui passarem nesse que pode se tornar o grande Compêndio dos Subterfúgios Corporativos ou então Manual dos Subterfúgios Corporativos: como dar uma de joão-sem-braço e ainda sair por cima.
Poderia lançar idéias para alguns verbetes, tais como:

- Em cima da hora não é atrasado!
- Poder de síntese: relatórios de uma página.
- Histórico de visitas do Internet Explorer: um espião a seu favor.

Gostaria, porém, de deixá-los à vontade para compartilharem seus ricos conhecimentos com total liberdade e desprendimento. E rogo: Trabalhadores Assalariados, Uni-vos!, que no final tudo dá certo.

Abrindo a série:

- Ligações pedindo doação: com pesar e uma voz doce, diga antes mesmo que termine as apresentações, - Desculpe, mas eu trabalho em um PABX e preciso atender a outras ligações! Tchau! - para maior deleite, aguarde uns segundos na linha após a deixa para ouvir o ah! de decepção do outro lado da linha. E para aqueles que ficam com dó, não se esqueçam, o outro que vos fala não passa de um operador de telemarketing desfarçado de Madre Teresa.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Série Impressões: Nefastas

Não é odioso quando você está lendo uma coisa* e tem lá um asterisco ou um numerinho numa palavra e você fica que nem idiota** procurando pela página, revirando todo canto e não encontra a explicação daquele maldito*** sinal.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Cada um, cada um...

E não é que exatamente agora quando resolvo postar algo, já vi que existem opiniões totalmente contrárias às minhas antes mesmo de começar!
Dei uma passadinha pelas Memórias do Subsolo de uma amiga e lá estava ela concordando com o seu amigo sobre seus sentimentos em relação ao teatro. Eu a adoro, mas como nós discordamos de algumas coisas, nossa, é incrível... e engraçado...
Eu ia justamente falar da ótima e hilária peça que fui assistir ontem, "A casa dos budas ditosos", monólogo com a Fernanda Torres, baseado no livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro. O livro é demais, uma história escrabosa de uma bahiana de 68 anos narrando sua vida de devassidão e luxúria e que, encarnada no teatro, me deu a impressão, que às vezes não vivemos com muita intensidade quando lemos um livro, da possibilidade de tudo aquilo ser real. Aí está a missão do ator de teatro: estar ali, em carne e osso, contando, e mais, vivendo aquela história.
Nossa, cheguei a ficar tão envolvida pela interpretação que deu vontade de levantar a mão e perguntar mais detalhes sobre a vida daquela bahiana, quebrar aquele mono e estabelecer um diálogo. É claro que para isso é preciso se deixar levar, deixar as nuances de luz, som, cenário e figurino entrarem na sua imaginação.
Mas vejam bem, eu também não sou daquelas que se debulha em lágrimas quando o mocinho morre no colo da mocinha, mas respeito e considero algumas interpretações geniais no palco e que acabam fazendo a diferença na maneira de ver, traduzir um texto.
Eu gosto muito dessas manifestações artísticas - teatro, cinema, artes plásticas, pintura, desenho, gravura... - sou figurinha carimbada de exposições, bienais e museus. Sinto uma grande satisfação quando saio destes lugares me sentindo diferente de quando entrei, com a impressão de que nunca mais serei a mesma depois de passar por aquela experiência. Não é tudo que acho o máximo, mas fico admiradíssima com a sutileza e inteligência de algumas obras, são um convite à reflexão, verdadeiras demonstrações de inventividade e de que não há somente uma linguagem possível.