E não é que exatamente agora quando resolvo postar algo, já vi que existem opiniões totalmente contrárias às minhas antes mesmo de começar!
Dei uma passadinha pelas Memórias do Subsolo de uma amiga e lá estava ela concordando com o seu amigo sobre seus sentimentos em relação ao teatro. Eu a adoro, mas como nós discordamos de algumas coisas, nossa, é incrível... e engraçado...
Eu ia justamente falar da ótima e hilária peça que fui assistir ontem, "A casa dos budas ditosos", monólogo com a Fernanda Torres, baseado no livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro. O livro é demais, uma história escrabosa de uma bahiana de 68 anos narrando sua vida de devassidão e luxúria e que, encarnada no teatro, me deu a impressão, que às vezes não vivemos com muita intensidade quando lemos um livro, da possibilidade de tudo aquilo ser real. Aí está a missão do ator de teatro: estar ali, em carne e osso, contando, e mais, vivendo aquela história.
Nossa, cheguei a ficar tão envolvida pela interpretação que deu vontade de levantar a mão e perguntar mais detalhes sobre a vida daquela bahiana, quebrar aquele mono e estabelecer um diálogo. É claro que para isso é preciso se deixar levar, deixar as nuances de luz, som, cenário e figurino entrarem na sua imaginação.
Mas vejam bem, eu também não sou daquelas que se debulha em lágrimas quando o mocinho morre no colo da mocinha, mas respeito e considero algumas interpretações geniais no palco e que acabam fazendo a diferença na maneira de ver, traduzir um texto.
Eu gosto muito dessas manifestações artísticas - teatro, cinema, artes plásticas, pintura, desenho, gravura... - sou figurinha carimbada de exposições, bienais e museus. Sinto uma grande satisfação quando saio destes lugares me sentindo diferente de quando entrei, com a impressão de que nunca mais serei a mesma depois de passar por aquela experiência. Não é tudo que acho o máximo, mas fico admiradíssima com a sutileza e inteligência de algumas obras, são um convite à reflexão, verdadeiras demonstrações de inventividade e de que não há somente uma linguagem possível.
3 comentários:
Oii!!
Brigado por ter visitado meu blog!
Vou colocar o link do seu lá ok?
Não concordamos sobre o teatro, mas tudo bem...
:)
Mas vc me proporcionou uma imagem bem legal...
Quando vc disse que o ator está vivendo o personagem, imaginei a Fernanda Torres levando nas coxas como a persona do livro fez com o negão da fazenda...
hihihihihi
abs
Ai fer, acho isso lindo, a amizade com pessoas que pensam de forma oposta à minha. Mesmo pq se não for assim fico sem amigos, quase ninguém pensa como eu (ainda bem que "arrumei" os amigos do Du que são tão chatos qto a gente...). E pelo menos agora, diferente da faculdade onde me sentia tímida e solitária pra fazê-lo, posso expressar minha verdadeira opinião sobre as coisas (virtualmente, afinal no dia-a-dia isso sempre será impossível), sem medo de perder os amigos, pois acho que uma verdadeira amizade transncende as opiniões...
Sair de uma manifestação artística dessas que você citou e daí "nunca mais ser a mesma"??? Nossa... ou você escreveu sem pensar ou está frequentando lugares bem esquisitos heim...
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