Foi assim, após tempestuosos momentos, sentindo todo o peso de um enorme vazio em minhas costas que, de repente tudo mudou. Tudo vai mudar.Agora vou, aos poucos, dando adeus às sessões da tarde, à reprises de filmes dos anos 80 que a despeito da qualidade não deixei de asistir pela 27º vez; será que haverá saudades das incontáveis horas em frente à tela e toda sensação de poder que só o controle remoto pode trazer; pipoca de microondas que não deixa panela suja para ter que lavar depois; 12h30, a habitual hora de despertar; idas e vinda à geladeira ou à dispensa com a agradável certeza de que haverá algo interessante a ser consumido, comido ou bebido, mas se por algumas vezes não se concretizou alguma escolha, ao menos restaram os instantes em frente à geladeira com a porta aberta, gesto estranhamente repetido, por várias mesmo sabendo-se da falta de opções. Quem explica este estranho prazer?
E quem explica querer largar todos os benifícos do ócio para passar a dar duro, suar a camisa no emprego de energia numa atividade laboral?
Em se tratando do vazio já cronificado dos meus bolsos, empregar energia em troca de capital será como encontrar o remédio certo para uma doença muito específica e crônica, que há tempos (uma vida) vinha engessando qualquer tentativa e/ou possibilidade de expansão e participação do nosso moderno mundo moderno.Já em se tratando do vazio existencial, essa oportunidade servirá, principalmente, para ocupar a cabeça, reduzindo as chances de quaisquer questionamentos advirem das profundezas da minha mente insana que, ultimamente, desafiaria até o mais conceituado dos analistas. Ou não.
Enfim, que venham as mudanças, que o vazio se anule, que as profundezas se preencham, que algo se instale e reanime os sonhos.
E a história continua....
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