quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Desaprendendo com a vida

Passei recentemente por algumas situações que me fizeram rever profundamente o significado da palavra confiança.
Acredito nunca ter ponderado sobre se podia ou não confiar em alguém, principalmente ao se tratar de amizades. Assim que me sentia envolvida fraternalmente com alguém, o que no meu caso significa alguns meses de contato, me sentia a vontade para falar da minha vida, meus planos para o futuro, opiniões sobre os mais variados assuntos e pessoas.
O que mudou em tudo isso foi me dar conta de uma coisa que Renato Russo já alertava desde os longínquos anos 80: "Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim". E foi justamente isso o que me aconteceu, ou vem acontecendo, desde que voltei a esta metrópole, ou pelo menos isto vem acontecendo com maior freqüência e envolvendo questões mais graves. Isto quer dizer que a cerca de três anos tenho sido ludibriada pela maioria das pessoas com quem estabeleci algum tipo de contato, freqüentei suas casas, convidei-as a freqüentar a minha, prestei favores, emprestei até dinheiro, acreditem, e o que ganhei foi a traição, na concepção mais anti-higiênica da palavra.
Quando me recordo de algumas situações, ao abrir meu coraçãozinho, acreditando no acolhimento e, realmente, confiando que estava sendo ouvida e compreendida...fico puta da vida, me achando uma verdadeira pata de não ter percebido antes o chocalho da víbora serpenteando na minha cara, só a espera do bote. E que ainda me deixei levar, perdoando alguns deslizes, tentando entender o que estava acontecendo.
Na verdade não havia nada para entender, era aquilo mesmo, estavam abusando da minha bondade e ingenuidade para atingirem seus fins escusos.
O que tirei disto tudo foi a dura lição de que para se confiar em alguém de agora em diante é melhor não confiar. E assim não ter a minha vida escancarada aos sete ventos, passada de orelha em orelha como um jogo de´telefone sem fio’, a interpretarem como bem entendem e ainda desferirem julgamentos baseados em suas próprias experiências torpes, segundo os seus nada bons sensos.
Aos raros amigos que já demonstraram por muitas vezes o seu caráter, gostaria de agradecê-los, pois se assim agiram foi realmente por sua integridade e respeito, coisa que me sinto, mais do que nunca, na obrigação de lhes retribuir.
Infelizmente, uma pessoa de caráter é coisa rara de se encontrar, mas ainda que eu venha a ser ludibriada por mais alguma (e acho sinceramente que ainda vai acontecer!), vou procurar me manter como venho fazendo: com minha dignidade intacta e a crença inabalável no respeito e na boa educação.

Um comentário:

Mirafuegos disse...

...e essa fotinho é ótima...
de resto, no comments!hehehe....