sábado, 19 de junho de 2004

Estamos em avançados 6 meses passados do ano de 2004 e, por enquanto, nada. É isso, se existe alguma data limite que estableça que o prazo para as coisas darem certo irá terminar, começo a acreditar que este dia está para chegar.
Correr contra o tempo nesta altura do campeonato não me parece uma decisão favorável, pois, além do fato de que é impossível ultrapassar o tempo, esta corida, provavelmente, provocaria um ataque cardíaco nesse coração sedentário e desacreditado.
A esta altura não quero acreditar em mais nada além da lei da relatividade do tempo, quero ser pega de surpresa pelas forças ocultas do que considerava acaso, coincidência e, até mesmo, despropósito.
O que quero dizer com isso: chega de tentar das explicação para o que acontece ou deixa de acontecer. Quero acabar em mim com um certo ranso cristão de tentar encontrar um culpado para tudo. É uma boa atitude a se tomar, principalmente quando a máscara de Judas acaba na minha cara por mais vezes do que eu gostaria.
Isso não equivale a uma tentativa de me livrar da minha parcela de responsabilidade sobre minha vida, meu futuro ou o jeito como me visto. É só que as vezes existem outros fatores que influenciam o curso dos acontecimentos, ou então o que explicaria um dia típico de inverno no mês de janeiro em Fortaleza? Deus querendo estragar as férias de alguém?
Mais uma vez, é isso. Quero escrever uma história repleta de lacunas, linhas em branco, personagens sem nome, sem passado ou futuro. Quero seguir o fluxo, mantendo os olhos abertos para evitar as pedras visíveis no caminho, os buracos mais profundos e os extensos muros de pedras. Quero dar a volta ao mundo, descobrir o que há lá fora e, ao cruzar a linha de chegada, serei a primeira a abraçar tudo o que ficou para trás e dar-lhes o último adeus; e irei passar direto pela velha eu que já não reconhecerei e que ainda estará na linha de partida tentando decidir para que lado ir.

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