À guisa de apresentação
Eu me chamo Frida Ferida
e mais que uma rima,
meu nome é uma definição.
E ao mesmo tempo que
me designa, também
é uma explicação.
Nasci em tempos difíceis,
como vítima social e
da globalização, e
me sinto um paradóxido,
pois assim que me incluí no mundo
passei a viver na exclusão.
Desprovida de destino,
acredito que minha vida
é algo sem fundamento,
e explico, por agora,
que para maior descrição
me faltam elementos.
É que ainda estou mergulhada
na dor de minha ferida
que me corta o pensamento,
e essa dor egoísta
só me leva a mim mesma
em todos os momentos.
A despeito das lágrimas
geradas pela situação,
surgiu da adversidade,
num minuto de inspiração,
contar esta experiência
pautada na realidade.
Desse momento nasce o espaço
em que faço meus relatos,
e aproveito a oportunidade
de escrever o que sinto,
o que reflito e o que repito,
para manter a sanidade.
Ao começar não suspeitava
que as palavras me dariam
asas de passarinho,
me permiti alçar voôs,
quem sabe à procura
de encontrar meu caminho,
certa apenas de que
através de tais palavras
afastaria os espinhos.
Ganhei força, ganhei vida
e já não tenho medo
de abandonar o ninho.
Já não quero com a figura
de um pobre sofredor
uma relação pactuar.
Sou do povo brasileiro,
sou da luta pela vida
e corro atrás do meu lugar.
Acredito em que acredito
e estou sempre em busca
do que há em mim a econtrar
espalhado pelo mundo,
pois sou parte da terra,
um ser humano a errar.
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