quinta-feira, 13 de maio de 2004

13/05/2004

Quem acompanha minimamente aos noticiários já deve estar sabendo do mais novo escândalo jornalístico protagonizado pelo correspondente do jornal ameircano The New York Times Larry Rohter, acusado também na Argentina de ter publicado notícia falsa sobre a tentativa de formação de um Estado independente da Patagônia.
Sem querer aqui questionar a tão ovacionada liberdade de imprensa, que, por muitas vezes, trás aos jornalistas a impressão de que têm passa livre para falar o que bem entendem e ainda se acharem nesse direito, o negócio é que, sem sombra de dúvidas, este jornalista conseguiu o que queria: desviar toda atenção nacional e internacional dos assuntos sérios para se concentrarem numa noticiazinha totalmente infundada como esta que ele quis, com muito pouca sutileza, acusar o nosso presidente deter algum problema com álcool.
É mais do que claro ser esta uma inverdade, o que, pensando na vida que levou Luis Inácio, as condições em que foi criado e depois vê-se como um metalúrgico, trabalhador, explorado e com salário baixo, não seria incomum e muito menos repreensível que ele tivesse passado por algum tipo de adicção. Vida essa muito diferente dá que viveu George W. Bush, mas que não o livrou de ter problemas com álcool. Se alguém não sabia, Bush é um alcoolista abstênico e, como é certo, nunca foi colocada em dúvida sua competência levando-se em conta este seu passado.
Agora todas as críticas estão recaindo sobre o governo por ter tomado a decisão de expulsar o jornalista descuidado de nossas terras. Ora, não vou dizer que achei ruim, pois o cara pegou pesado, mas também não sei avaliar se a decisão do governo foi a mais acertada, mas todo mundo está acusando o governo de ter assumido uma posição que não condiz com o espírito brasilerio de liberdade e democracia.
Quer dizer, esse negócio de tomar atitudes drásticas não é a nossa cara, por isso estamos fadados a sempre ter que ser os bonzinhos e politicamente corretos. Bem, pelo jeito foi por esse mesmo parâmetro que os E.U.A. proíbe, desde 1949, um jornalista estrangeiro de entrar em seu país por ter feito críticas à bomba atômica; e que mais recentemente, o cantor Caetano Veloso teve que cancelar shows nos E.U.A. por ter feito críticas ao atual presidente norte-americano. Esta informação foi dada no Jornal da Cultura. No Jornal da Globo, soma-se a notícia da expulsão de um jornalista iraquiano dos E.U.A., o único dessa nacionalidade que lá havia.
O que esta situação me lembra é que, como nos desenhos animados, os mauzinhos, volta e meia, põem em ação seus planos diabólicos, são acusados, julgados e punidos, mas ganham novamente seu direito de errar. Já os bonzinhos, quando saem da linha, são amplamente criticados e suas atitudes erradas não têm perdão. No mínimo têm que deixar o planeta para reparar o seu dano.
Só espero agora que as peripécias desse jornalista yankee não venha manchar, mais do que já coseguiu, a imagem do país e da figura do presidente.
E que sejam, sim, mandados para o espaço todos os mentirosos, caluniadores que fazem uso de má fé de um veículo tão vital para a concientização mundial dos fatos que determinam sermos, hoje, a sociedade desumana que somos.

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